O seguro viagem tem cobertura na pandemia? A resposta, na realidade, é não... Mas devido o COVID-19, houve uma exceção.
Entretanto, antes de falar porque o seguro viagem (e todos os outros seguros) que, a princípio, não cobre a pandemia, é necessário entender o motivo disso. Bem como, a forma que funcionam as seguradoras.
Para ficar mais fácil de explicar, é melhor falar de forma geral sobre a razão dos seguros não cobrirem pandemias.
A princípio, pandemia é um risco incalculável. Bem como são, por exemplo, convulsões da natureza (tornados, tsunamis etc) e acidentes nucleares. Esses eventos em grandes escalas, entre outros, são cláusulas comuns de exclusões nos seguros. Isso se deve ao fato de que quando um desses eventos ocorre, os sinistros (pagamentos que as seguradoras pagam) aumentam drasticamente. Tanto na quantidade de acionamentos, quanto no custo desses acionamentos. Os prêmios pagos pelos segurados (o que as pessoas pagam às seguradoras para terem seus bens protegidos), não cobrem toda a repentina sinistralidade.
Vou usar um exemplo simples: uma cidade possui três seguradoras, as três trabalham assegurando automóveis. A primeira, cobra um prêmio de R$10 por automóvel pra cada um de seus 10 segurados. Por mês ela recebe R$100 em prêmio e paga três sinistros de R$20. A segunda, cobra um prêmio de R$15 e tem também 10 segurados. Mas, por mês, ela paga quatro sinistros de R$25 cada. Por fim, a terceira seguradora cobra R$5 de seus 10 segurados. Entretanto, ela paga somente um sinistro de R$10 por mês.
Certo mês, acontece um alagamento e os segurados de todas as seguradoras acionam o seguro. Mas, dessa vez, cada sinistro passa dos R$30! As seguradoras, então, não têm como cobrir todos os sinistros. Este foi um evento incalculável e impossível de prever.
O ponto de equilíbrio, ou break even point, é usado em todos os tipos de negócios. No caso dos seguros (viagem e todos), é calculada a diferença dos sinistros e outras despesas contra o prêmio. Lembre-se que os seguros são, a grosso modo, um fundo comum. No qual cada segurado paga um pouco para proteger o outro em caso de um evento. Dessa forma, se torna possível proteger a saúde financeira do indivíduo. E, em larga escala, do mercado financeiro.
Se as seguradoras estão pagando mais sinistros do que recebendo prêmios, elas precisam aumentar o valor do prêmio. Mas essa prática pode se tornar inviável. Afinal, porque você contraria um seguro viagem se ele fosse mais caro do que a despesa gerada em uma consulta hospitalar?
Felizmente, pandemias, acidentes nucleares etc, não são eventos comuns. Mas, como experienciamos, a pandemia causada pelo coronavírus parou o mundo. Consegue imaginar o que aconteceria se surgisse outra pandemia junto a da covid?
Talvez você já tenha ouvido falar que tal seguradora não tem cobertura alguma. Pois bem, essa é uma das formas deles manterem o ponto de equilíbrio em cheque. Restringindo os eventos cobertos. Como deve imaginar, isso é ruim, tanto pros segurados quanto pra seguradora. Afinal, seguradora que não tem cobertura alguma não é uma fama boa de se ter. Além disso, todos os seguros devem ter uma condição geral, e elas não podem ser mudadas do dia pra noite. Muito menos mudar as condições gerais de quem já contratou.
Uma medida bem popular é criar uma franquia. Por exemplo: bateu o carro? A despesa foi de R$1200, e sua franquia é de R$500. Você paga R$500 e a seguradora tem cobertura os outros R$700. A franquia serve pra evitar gastos menores que se acumulam durante o tempo.
A outra medida, já mencionada, é aumentar o valor do prêmio. Isso também deve ser estudado pela seguradora. O valor do prêmio de qualquer seguro nunca é aumentado aleatoriamente.
A maioria das operadoras deste produto começaram a cobrir casos de COVID-19. Entretanto, vale lembrar que isso não foi do dia pra noite. Primeiro foram necessários muitos cálculos e estudos sobre a doença e a pandemia para eles começarem a cobrir os casos de COVID-19.
A solução foi tratar essa pandemia como um adicional. Para o segurado ter cobertura, é necessário ele pagar um prêmio extra. Afinal, é fácil a pessoa contrair a doença e ter necessidade de acionar o seguro viagem. Sendo assim, esse prêmio extra serve para manter o ponto de equilíbrio saudável.
Fazer uma viagem durante a pandemia parece um sonho distante, não? Mas é possível. Para isso, basta lembrar-se de sempre usar máscara e higienizar muito bem suas mãos. Mantenha também o distanciamento social.
Lembre-se que mesmo contratando um produto que tem cobertura covid, ele não vai te impedir de contrair e transmitir a doença! E uma coisa se mantém verdade sobre os seguros, se tem cobertura para determinado evento ou não, nós o contratamos para não utilizá-lo. Afinal, se utilizarmos é porque deu um problema que temos muita dificuldade (ou não temos $$$ suficiente) para resolver.
Terminando essa história se tem cobertura ou não de forma mais light... Se quiser umas sugestões de lugares pra viajar, a tendência é o turismo doméstico. Você pode ver este artigo do Vital Card selecionando alguns dos melhores destinos pra 2021. Ah, além disso o Vital Card tem cobertura nos casos de covid-19! Veja o site deles para saber mais e, também, eles possuem uma ferramenta bem bacana mostrando os requisitos pra entrar em cada país durante a pandemia. Se é necessário teste, quarentena ou contratar um seguro viagem que tem a cobertura do covid etc.
Lembrando que, mesmo sem uma pandemia, o seguro viagem deve estar na sua lista de prioridades. Afinal, o que seriam, por exemplo, R$400 pra contratar durante 10 dias em uma viagem aos EUA; contra os US $150 de uma simples consulta em um hospital? Lembrando que o dólar está atualmente acima dos R$5,00!
A todos vocês uma ótima viagem!
Atualização: Após muitos dados estudados, conseguimos aumentar o valor de nossa cobertura para 20 mil! (Dólares ou euros, de acordo com o plano escolhido). E a melhor parte disso é que foi possível realizar com uma incidência de apenas 10% nos planos.
